Em entrevista ao portal Uol nesta quarta-feira (27), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse não acreditar em um golpe do presidente Jair Bolsonaro (PL) neste ano, hipótese em caso do mandatário perder as eleições. O candidato à Presidência pelo PT afirmou ainda que as Forças Armadas, tidas como fiadoras de Bolsonaro, não apoiariam um rompimento democrático.
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Lula criticou ainda uma suposta intenção de Bolsonaro em tomar para si o ato de bicentenário da independência brasileira, comemorado no próximo 7 de setembro. Em discurso durante a convenção que o lançou à reeleição, Bolsonaro convocou apoiadores para irem na rua na data, como tem feito nos últimos anos.
“Acho que ele vai tentar fazer o que quer fazer. [Mas] a gente deve ter em conta que militares são mais responsáveis que Bolsonaro”, afirmou o ex-presidente sobre possibilidade de golpe. “Convivi com militares e não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas. Mantive oito anos de convivência da forma mais digna possível.”
“Essas bobagens que Bolsonaro fala não tem apoio dos militares da ativa, do alto comando. Ele só pode ser considerado chefe supremo quando é sério, fala coisa com coisa e respeita instituições. Ele fala ‘meu Exército’, mas não é dele. Ele foi expulso do Exército por má conduta. Então como a gente pode pensar em golpe? Não acredito em golpe, não acredito que as Forças Armadas pensem nisso. Se ele começar a brincar com democracia, ele vai pagar caro”, afirmou.
Lula criticou ainda as recorrentes críticas que Bolsonaro tem feito ao sistema eleitoral brasileiro. À medida que as eleições se aproximam, o presidente tem questionado as urnas com mais frequência, com inverdades sobre segurança e confiabilidade dos equipamentos.
“Democracia é a única forma política de garantir liberdade. Não pode permitir que mentira causada por um bronco [Bolsonaro], que todo dia conta 6 ou 7 mentiras em lives, tenha força nesse país”, criticou Lula.