O ex-governador do Maranhão e pré-candidato ao Senado Flávio Dino (PSB) defendeu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha “modulação programática” e a campanha seja judicializada para evitar abusos do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Ainda na entrevista, Dino projeta a derrota de Bolsonaro nas próximas eleições e alerta para necessidade do enfraquecimento do bolsonarismo.
Segundo o ex-governador, o programa de governo de Lula deve refletir concretamente a presença do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como vice na chapa. “Não basta botar o
Alckmin, é preciso que o que Alckmin representa esteja no programa de governo, senão fica um negócio ‘fake’, e perde a potência eleitoral”, advertiu.
“Como você contrasta o extremismo? Com amplitude, e aí tem que ter uma permeabilidade em relação à sociedade, inclusive programática. Não basta você juntar pessoas, siglas. É preciso que você tenha modulação programática. O programa tem que ser centrista, de mudanças moderadas, mudanças nos marcos da Constituição, e sem muita aventura. Minha hipótese é que a sociedade está exaurida de conflito, de aventura. Acho que essa é a eleição da sensatez, do bom senso”, pontuou Dino.
Em entrevista, Flávio Dino adiantou que reforçará a campanha lulista na área jurídica. Alertou que a sucessão presidencial deste ano será “intensamente judicializada” porque, segundo ele, pelo lado do bolsonarismo, será “marcada pela violência” e pela proliferação de “fake news”. Mas avalia que a Justiça Eleitoral aprendeu com os excessos de 2018, e terá desta vez uma “atitude mais firme” em relação às tutelas de urgência, como medidas liminares.
Sobre o favoritismo de Lula, Dino afirma ser convicto e acredita que a terceira via alternativa à
polarização para crescer tem que combater o bolsonarismo. “A terceira via só cresce
disputando pelo campo da direita.
“Qualquer coisa que se consolide fora do bolsonarismo atrapalha o crescimento dele. A terceira via só cresce disputando pelo campo da direita. O que drenou a energia vital do pensamento de centro-direita no Brasil não foi o Lula, não foi a esquerda, foi a extrema direita, foi o bolsonarismo. Ela [terceira via] tem que de fato combater o bolsonarismo na eleição de 2022, e para ter sobrevivência no futuro. Eu espero que eles tenham êxito, porque Bolsonaro perderá, mas nós precisamos que também o bolsonarismo volte para a sua casinha. [Precisamos] que o demônio volte para o inferno”, opinou.
Além disso, o pré-candidato ao Senado acredita que a questão predominante das eleições de outubro não será PT e anti-PT, mas sim o Bolsonaro. ” A pergunta que vai decidir a eleição é: Bolsonaro merece mais quatro anos ou não?”, enfatizou.