A crise política no Maranhão ganhou novo capítulo e começa a preocupar o Planalto. De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, o governador Carlos Brandão decidiu romper com o grupo de Flávio Dino, se desfiliar do PSB e articular uma candidatura contra o PT no estado, o mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o jornal, “Por conta do rompimento, Brandão decidiu se desfiliar do PSB, partido pelo qual foi eleito, e articula uma candidatura contra o PT no estado, embora diga que segue parceiro do presidente Lula sob qualquer circunstância.”

A frase resume o duplo movimento do governador. De um lado, ele tenta manter a retórica de lealdade a Lula. De outro, prepara nos bastidores um projeto político que pode enfrentar diretamente o candidato petista à sucessão estadual, o vice-governador Felipe Camarão, nome preferido pelo PT e pelo grupo de Dino para 2026.

Nos bastidores de Brasília, a movimentação de Brandão é vista como um desafio direto à base lulista no Maranhão, estado que nas últimas eleições garantiu ampla votação ao presidente e sempre foi considerado território político seguro para o PT.

Com a saída do PSB, Brandão deve buscar uma nova legenda que lhe permita lançar Orleans Brandão, seu sobrinho, como candidato ao governo. A operação ocorre em paralelo ao rompimento definitivo com Dino e com os setores do PT que integraram o antigo grupo de governo.

No Planalto, a ordem é tentar conter o avanço do racha. Lula, segundo fontes ouvidas pelo O Globo, já manifestou preocupação com o impacto da divisão e tenta costurar um acordo de pacificação entre os aliados maranhenses.

Na prática, o gesto de Brandão representa a maior ruptura da base de Lula em um estado do Nordeste desde o início do governo.