São Luís (MA) – A violência que se espalha pela capital maranhense tem um nome conhecido dos moradores: guerra de facções. Grupos criminosos como o Bonde dos 40, o Comando Vermelho e o Primeiro Comando do Maranhão (PCM) disputam áreas inteiras da cidade, transformando bairros da Zona Rural, como São Raimundo, Vila Cutia e Vila Colier, em territórios controlados. Agora, a violência chegou à Península do Ipase, onde o desaparecimento e morte de um trabalhador expôs novamente a fragilidade da segurança pública.
O motorista de aplicativo Franklin César desapareceu no último domingo (24), após aceitar uma corrida pela plataforma. Seu corpo foi encontrado nesta terça-feira (26), em uma obra abandonada no bairro Bequimão, área próxima à Península do Ipase, conhecida pela atuação de facções. O caso revoltou familiares e mobilizou colegas de profissão.
Motociclistas e motoristas de aplicativo organizaram um protesto que bloqueou as avenidas Daniel de La Touche e Jerônimo de Albuquerque, principais corredores viários da capital. O ato paralisou o trânsito por horas e teve como pauta central a exigência de mais segurança para quem trabalha diariamente exposto à violência.

A guerra entre facções em São Luís não é um fenômeno isolado. Nos últimos anos, bairros da Zona Rural e da periferia vêm sendo disputados palmo a palmo por grupos que impõem regras, ameaçam moradores e controlam o tráfico. No São Raimundo, Vila Cutia e Vila Colier, relatos de toques de recolher e expulsão de famílias por ordem criminosa são cada vez mais comuns.
Na capital, estima-se que o Bonde dos 40 controle a maior parte dos territórios, seguido pelo Comando Vermelho, que tem buscado expandir áreas de atuação, enquanto o PCM mantém presença em zonas específicas. Essa disputa direta tem resultado em assassinatos, desaparecimentos e em uma rotina de medo para trabalhadores que circulam nessas áreas.
O caso de Franklin César escancarou essa realidade: trabalhadores comuns, que nada têm a ver com o crime organizado, tornam-se vítimas de uma guerra que se alastra pelos bairros de São Luís. A morte do motorista reacendeu o debate sobre a ausência do Estado em áreas dominadas pelas facções e o quanto a população está exposta à violência sem proteção efetiva.
No fim do governo Roseana, São Luís viveu um caos na segurança pública, com rebeliões, facções em ascensão e a cidade mergulhada no medo. Hoje, sob a gestão de Carlos Brandão, a população se pergunta: será que estamos voltando àquele cenário de insegurança generalizada? Será que o governo perdeu novamente o controle da segurança pública do Maranhão?
Governo Brandão perde o controle da segurança pública em São Luís com guerra de facções e morte de trabalhador