Ministro André Fufuca é deixado de lado em agendas com Lula

O ministro do Esporte, André Fufuca (PP), tem enfrentado um cenário político delicado e de isolamento dentro do governo Lula. Segundo um levantamento do Poder360, Fufuca não é recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reuniões privadas há mais de 150 dias, evidenciando uma falta de prestígio político que pode ter consequências diretas para sua permanência no cargo.

A última reunião privada entre Fufuca e Lula aconteceu no dia 3 de outubro de 2024. Desde então, o ministro ficou fora das agendas mais restritas, aquelas que contam com a presença de até cinco pessoas, incluindo o presidente. Além disso, o Ministério do Esporte, historicamente considerado uma pasta de menor influência política, tem contribuído para que o ministro fique em segundo plano nas prioridades do Palácio do Planalto.

A situação de Fufuca no governo é ainda mais complexa devido à pressão interna no Partido Progressistas (PP). O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), tem manifestado publicamente sua insatisfação com a presença de Fufuca no governo Lula. Nogueira, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tolerava a presença de correligionários no governo petista, mas agora articula para que o PP abandone de vez a base de apoio de Lula. Essa movimentação inclui a possível saída de Fufuca do Ministério do Esporte.

O PP deve se reunir nos próximos dias para discutir o futuro do partido na base governista e o destino de Fufuca no ministério. A possível entrada de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados, em um cargo de destaque no governo poderia reconfigurar a posição do partido na Esplanada dos Ministérios — o que enfraqueceria ainda mais a posição de Fufuca.

Em meio a esse cenário de pressão política e isolamento dentro do governo, o futuro de André Fufuca como ministro do Esporte é incerto. A falta de acesso direto ao presidente e a fragilidade de sua posição dentro do PP podem levá-lo a ser uma das peças sacrificadas em uma possível reforma ministerial pós-Carnaval, à medida que Lula busca recompor sua base de apoio no Congresso.