O presidente Lula quer colocar um ponto final no desentendimento entre o ministro do STF Flávio Dino e o governador do Maranhão, Carlos Brandão . Os dois eram aliados de longa data – Brandão foi vice de Dino nos seus dois mandatos como governador –, mas se afastaram de que Dino deixou o Ministério da Justiça para assumir sua vaga no Supremo.

De lá pra cá, o clima esfriou. Brandão diz que tem tentado contato, mas sem sucesso. Quando se encontram em eventos, mal passam das formalidades. O desentendimento se agravou com as disputas políticas no estado, especialmente após uma decisão de Dino no STF que barrou a indicação de um nome escolhido por Brandão para o Tribunal de Contas do Estado.

Sabendo do impasse, Lula pretendia marcar um encontro entre os dois no fim do ano passado. A reunião acabou adiada por causa da cirurgia que o presidente fez em dezembro, mas a ideia agora é retomar a conversa depois do Carnaval.

O futuro político do Maranhão em jogo

A crise entre Dino e Brandão também tem impacto direto na sucessão estadual em 2026 . Brandão, que foi eleito prometendo eleger Felipe Camarão (seu vice e aliado de Dino) como próximo governador, agora já não tem tanta certeza sobre essa candidatura. Ele mesmo cogita disputar uma vaga no Senado, mas para isso precisaria deixar o governo até abril de 2026 – o que colocaria Camarão no comando do estado até o fim do mandato.

O problema é que Brandão não parece confiante de que Camarão tem força para ganhar a eleição. O cenário eleitoral ainda está aberto, e nomes fortes, como o atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) , que foi reeleito com ampla vantagem, e os senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT) , já demonstraram interesse em retornar ao senado.

Se Brandão decidir concorrer ao Senado, a política de configuração do Maranhão pode mudar completamente. Lula, que tem grande influência no estado, sabe que pacificar a relação entre Dino e Brandão pode ser essencial para manter uma base aliada unida e garantir um candidato competitivo para a sucessão.

Agora, resta ver se os dois ex-aliados vão aceitar o apelo do presidente e voltar a dialogar.