Uma pesquisa recente do Instituto Opinião, que aponta 70,9% de aprovação para o governador do Maranhão, Carlos Brandão, expressou mais dúvidas do que aplausos. Segundo o levantamento, realizado com impressionantes 22.650 entrevistados em todos os 217 municípios maranhenses, Brandão teria sucesso 61% de aprovação geral, contra 25% de desaprovação. Com uma margem de erro de apenas 1%, o estudo parece ambicioso — talvez ambicioso demais.

Especialistas não pouparam críticas. Um diretor de renome em pesquisas opinativas foi direto: “Uma pesquisa com 22 mil entrevistados — se não for censitária — não foi a campo. É inviável logisticamente e irrelevante para amostragens.” A afirmação coloca em xeque não apenas a adição do levantamento, mas também a intenção por trás de números tão exuberantes.

Outro fator que chama a atenção é que, nos levantamentos realizados recentemente na capital, a aprovação de Brandão tem variado entre 37% e 40%. Em pesquisas bem ponderadas, São Luís possui um peso significativo em relação a demais municípios. Assim, é difícil imaginar que o restante do estado pudesse influenciar positivamente o ponto de elevar a taxa de aprovação para 60%, informou o especialista consultado.

Além disso, do ponto de vista logístico, o custo de uma pesquisa com essa abrangência seria altíssima. Outro detalhe preocupante é o período de aplicação. Em pesquisas de opinião, o tempo de coleta deve ser curto, para refletir uma fotografia fiel de um momento específico. Com isso, surge uma pergunta: quanto tempo realmente foi necessário para realizar mais de 22 mil entrevistas?

Curiosamente, em agosto de 2024, Brandão figurava como o sexto governador mais mal avaliado do Brasil, com 57% de desaprovação, segundo o Atlas Intel. De lá para cá, teria ocorrido uma revolução silenciosa na percepção pública? Ou seria mais um caso de números que conta apenas a história que interessa?

Infográfico da Pesquisa Atlas Intel realizada em Agosto de 2024

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