O bolsonarismo jogou definitivamente o senador Weverton Rocha (PDT-MA) aos leões. Após operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (14) no município maranhense de Igarapé Grande, comanda por Erlânio Xavier (PDT), aliado de Weverton, veio de Brasília a repercussão do caso que mais deve ter preocupado o senador pedetista.
Assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins usou as redes sociais para acusar o senador Weverton de ser o corresponsável pelos desvios do orçamento secreto que resultaram na operação da PF de hoje.
“Ou seja, a Polícia Federal realmente fez a primeira operação e as primeiras prisões relacionadas ao que chamam de “Orçamento Secreto”, mas a única coisa que a operação descobriu é que quem estava fazendo mal uso desses recursos das eram os aliados de Weverton, de Lula e do PT“, disse Filipe.
As prisões dos primeiros investigados por crimes relacionados ao orçamento secreto iniciaram nesta sexta. Os dois presos pela Polícia Federal (PF), os irmãos Roberto e Renato Rodrigues de Lima, são suspeitos de atuar em uma ampla rede criminosa envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do Maranhão.
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A Justiça Federal no Maranhão expediu nesta sexta 16 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, nos municípios de Igarapé Grande, Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Caxias e Timon, no Maranhão, além de Parnaíba e Teresina, no Piauí. Duas pessoas foram presas.
De acordo com a PF, as investigações apontaram que o município de Igarapé Grande teria informado, em 2020, a realização de mais de 12,7 mil radiografias de dedo. No entanto, a sua população total da cidade não supera os 11,5 mil habitantes, fato que culminou na elevação do teto para o repasse de recursos que financiam ações e serviços de saúde no ano subsequente (2021), segundo a PF.
A resposta de Filipe Martins, atribuindo a Weverton a responsabilidade sobre as suspeitas de corrupção devem ter surpreendido o pedetista. Durante a disputa ao governo do Maranhão, no qual saiu derrotado por Carlos Brandão (PSB), Weverton poupou críticas a Bolsonaro e foi tachado de “bolsonarista” no Maranhão, além de ter chamado para seu candidato a vice um quadro do PL, partido de Bolsonaro.
A fama de bolsonarista acompanha Weverton desde quando ele também decidiu não assinar, em março deste ano, requerimento para criação da CPI do MEC a fim de investigar suspeitas de propina no Ministério comandado pelo pastor e ex-ministro Milton Ribeiro.