O secretário de segurança do Maranhão, Sílvio Leite, negou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) seja o responsável pelo incêndio de pilhas de eucalipto no município de Itinga no sul do estado, conforme ‘notícia’, que se alastra nas redes sociais.
“Não temos nenhuma hipótese de que o MST seja o responsável. O que podemos afirmar é que o incêndio foi criminoso. Dizer que foi o MST é muito precipitado” , disse o secretário.
Leite negou ainda que a Polícia Militar tenha sido recebida à bala ao tentar debelar o fogo.
“Não houve nada disso. Quem esteve no local, após o ocorrido, foi a perícia técnica encaminhada pelo delegado regional Jair Paiva com objetivo de elaborar laudo sobre o incêndio.
A denúncia contra o MST foi do presidente do Centro das Indústrias do Maranhão (CIMAR), Cláudio Azevedo, o famoso presidente por 14 anos da Associação dos Criadores do Maranhão.
As digitais de Azevedo estão expostas no texto publicado por blogs e outros indigestos. De maneira leviana e absurda, a ‘matéria’ faz uma conexão entre a passagem do ex-presidente Lula no Maranhão e o incêndio criminoso do eucalipto. “Na tarde de sábado, 3, coincidentemente quando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva estava em solo maranhense, os integrantes do MST atearam fogo em várias pilhas de eucalipto cortado né fazenda da siderúrgica Viena”, diz trecho do material fake.
Grilagem
Em nota de repúdio, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) diz que acusação é uma tentativa de criminalização do movimento dos trabalhadores rurais por terra e justiça no campo.
O MST explica que no último sábado (3), após uma atividade cívica na comunidade, milicianos armados, que se identificaram como policiais, entraram no acampamento para tentar reter ferramentas de trabalhos e motos.
“Após este episódio, a empresa Viena Siderúrgica ameaça entrar de forma violenta para derrubar as moradias de aproximadamente 150 famílias que moram na comunidade”, diz a nota.
O acampamento surgiu com a organização de famílias da região, a fim de reivindicar a criação do assentamento numa área grilada pela empresa Viena Siderúrgica que pertence à gleba pública.
O MST ressalta que a Marielle Franco é uma comunidade com vida e produção no campo. Possui Escola, igrejas, associação, campo de futebol possibilitando espaços de cultura e lazer para as famílias.
No comunicado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra exige apuração rigorosa do caso.
“Para nós é evidente que esta calúnia passa por uma tentativa de efetivar qualquer tipo de ataque contra as famílias, a fim de despejar-las de uma área que encontra-se num processo jurídico em andamento e o qual evidência fortes indícios de grilagem, por parte da empresa”, avisa.