O super esquema de desvio de recursos do SUS divulgado em reportagem da Revista Piauí descortinou um modelo de propina denominado como ‘volta’. Essa prática envolveria prefeitos e parlamentares aliados do pré-candidato ao Governo, o senador Weverton.
A “volta” funcionaria assim: uma parte das verbas – que em alguns casos pode chegar a até 30% do total dos recursos destinados à prefeitura – é devolvida ao parlamentar que indicou a emenda no Orçamento Secreto beneficiando aquele município. Neste caso, a propina é paga com verba destinada para área da saúde.
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De acordo com um deputado que já ocupou altos postos de comando na Câmara, ninguém fala porque é preciso ter provas concretas, mas a ‘volta’ é voz corrente no Congresso. “Às vezes, a ‘volta’ faz parte do acordo desde o início. Outras vezes, a cobrança chega sem aviso prévio, na base da extorsão”, destaca trecho do material da Piauí.
Ainda segundo a revista, o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), aliado de Weverton e que vai indicar seu vice, é investigado pela Polícia Federal pelo uso de grupos armados na hora de extorquir prefeitos atrás da “volta”.
Este modelo de propina explica por que há parlamentares que gostam tanto do orçamento secreto, pois a identidade do autor da emenda não é divulgada. É um plano engenhoso, que oferece recursos à farta e anonimato garantido.