Genial/Quaest: Lula tem 46% das intenções de voto e Bolsonaro 29% no 1º turno
O Brasil piorou e o antibolsonarismo têm garantido adesão para além do segmento de esquerda do Brasil. Foto: Reprodução.

As últimas pesquisas de intenção de voto sobre o cenário presidencial têm indicado um crescimento fora da margem de erro do ex-presidente Lula (PT) sobre o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Tanto as projeções do Instituto DataFolha divulgadas quinta passada, quanto do setor de pesquisas da FSB desta segunda (30), indicam que o antibolsonarismo terá papel relevante na eleição como definidor de voto de parcela precisa do eleitorado brasileiro. Vamos ao números.

a) Lula subiu 5 pontos na nova pesquisa da FSB. Ele tem agora 46% dos votos. Jair Bolsonaro permaneceu parado, com 32%, assim como Ciro Gomes, com 9%; num eventual segundo turno, a FSB projeta que Lula tem uma vantagem de 19 pontos sobre Bolsonaro. Lula ganhou 2 pontos e agora figura com 54%, enquanto Bolsonaro perdeu dois e agora tem 35%. O instituto não descarta que Lula possa ganhar em primeiro.

b) No DataFolha, Lula também leva de goleada: o petista marca 21 pontos de vantagem sobre Bolsonaro, com o ex-presidente pontuando 48% de votos e o atual presidente 27%. Projeção de segundo turno: Lula 58% x Bolsonaro 32%. O instituto também prevê que Lula poderia vencer em primeiro turno.

Além dessas pesquisas, o Estadão lançou nesta segunda um agregador de pesquisas para reunir números publicados em diferentes levantamentos e tentar calibrar seus resultados, atribuindo peso maior ou menor para cada um deles.

No balanço geral, que inclui 14 institutos de pesquisa, Lula marcou 46% de votos, 16 a mais que Bolsonaro, que aparece com 30%. A seguir, aparecem Ciro Gomes, com 7%, e Simone Tebet, com 2%, empatada com André Janones.

Os números indicam um cenário de mudança de status quo do país. O DataFolha, por exemplo, indica que 54% dos brasileiros acham que a economia piorou e isso terá um peso maior para definir seu voto. Só para lembrar: gasolina está dolarizada, passando de oito reais em alguns estados. A inflação está estourada, os alimentos mais caros. E a população, principalmente a mais pobre, sente com mais força o peso do desastre econômico atual.

Essa é a péssima notícia que Bolsonaro tenta esconder do Brasil real ao produzir crises políticas sem futuro. O Brasil piorou e o antibolsonarismo têm garantido adesão para além do segmento de esquerda do Brasil, conforme Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, analisou ao Correio Braziliense desta segunda (30).

Esta eleição de agora está mostrando o antibolsonarismo. Há uma adesão a Lula por ser o candidato que está se colocando assim. 45% não são só voto de petistas; são votos contrários ao presidente, muito por conta de sua figura controversa. Tem uma série de questões indo mal e que não colaboram com a campanha dele. Contudo, claro que Bolsonaro pode ganhar. Mas, se as eleições fossem agora, com os olhos de hoje, me parece um grande desafio.”

Sem fake news ou cortina de fumaça há alguns cenários reais já postos: 1) há uma força gravitacional de mudança puxando Lula para ser o condutor da derrota de Bolsonaro;

2) há entre os conselheiros de Lula a busca de tentar manter os pés no chão – ainda faltam quatro meses até as eleições e muita coisa pode mudar;

3) É muito difícil sair do campo da economia porque a situação vai muito mal. O grau de desemprego está muito grande, e empregos precários, queda na renda. Pela primeira vez, a fome no Brasil é maior que a média mundial. 

4) a escolha por outros temas do debate eleitoral, como ataques sem provas às urnas eletrônicas ou briga com TSE/STF reforçam a imagem de baderneiro de Bolsonaro.

É a economia, estúpido. não é o comunismo, não é o kit-gay, não é a ideologia de gênero, não é a Venezuela, muito menos Cuba. O brasileiro quer mesmo saber é de dinheiro no bolso, comida no prato e emprego, itens estes que sumiram do país na gestão Paulo Guedes & Bolsonaro.