Flávio Dino articula apoio a Lula da Silva e fortalece Carlos Brandão na corrida eleitoral no Maranhão
Flávio Dino articula apoio a Lula da Silva e fortalece Carlos Brandão na corrida eleitoral no Maranhão

O ex-governador Flávio Dino reuniu as principais lideranças da chamada esquerda democrática (PSB, PCdoB e PT) para formar uma espécie de frente de apoio à candidatura do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão. A iniciativa, colocada em prática na quarta-feira da semana que passou, foi o primeiro grande passo dado na política do estado em relação à corrida presidencial no território maranhense, dando a esse grupo uma vantagem destacada em relação aos outros grupos e partidos que têm pré-candidatos ao Palácio do planalto no Maranhão. A frente tem dois objetivos básicos: consolidar o favoritismo da chapa Lula da Silva/Geraldo Alckmin no estado e fazer com que os três partidos marchem em direção às urnas alinhados em torno das pré-candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição e do ex-governador Flávio Dino à vaga em disputa no Senado, além da participação efetiva de pré-candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.

A criação desse bloco partidário da esquerda moderada dá aos seus candidatos majoritários e proporcionais a garantia de que suas campanhas não serão movimentos aventureiros. Ao contrário, serão movimentos políticos e partidários com respaldo no estado, dando à chapa Lula/Alckmin caminho livre para circular e pedir votos no Maranhão. E com a vantagem de que essa movimentação será feita no embalo das candidaturas ao Leões e à Câmara Alta, e com o respaldo das chapas de candidatos às Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. As ações do bloco de esquerda devem mobilizar já a partir de agora os pré-candidatos majoritários e proporcionais e devem alcançar todas as regiões do Maranhão.

Os movimentos do bloco de esquerda é o resultado de mais uma política articulada pelo ex-governador Flávio Dino, que assim consolida sua liderança no campo governista. Isso porque com essa ação, o ex-governador mexe com as pedras do tabuleiro sucessório no estado e no país e cria uma base de coordenação da campanha do grupo que lidera. Além disso, deixa o governador Carlos Brandão com mais tempo para governar e prosseguir nas articulações para fortalecer o seu projeto de candidatura, que é o único com chapas definidas no campo majoritário em processo de definição no campo proporcional. E mais, leva o grupo que lidera a se distanciar dos demais pré-candidatos a governador, que ainda não definiram chapas e estão batendo cabeça em relação aos seus próprios projetos de candidaturas e também em relação à corrida presidencial.

Nesse contexto, o senador Weverton Rocha (PDT) tem feito uma pré-campanha sem definir seu vice, ora ameaçando lançar candidato ao Senado e, mais grave, sem declarar apoio a Ciro Gomes, pré-candidato do seu partido à presidência da República. Os pré-candidatos Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho (PL) e Roberto Rocha (PTB), todos diretamente associados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), vivem ainda o drama da indefinição quanto aos seus próprios rumos. É o caso também de Edivaldo Holanda Jr., cujo partido, o PSD, ainda não definiu se lançará ou não candidato a presidente. Nenhum, portanto, está suficientemente definido e organizado para uma ação parecida com a que será protagonizada pelo bloco partidário liderado pelo ex-governador Flávio Dino.

O bloco articulado pelo ex-governador Flávio Dino consolida de vez a aliança PT, PSB e PCdoB no Maranhão, assegurando em definitivo o apoio da chapa Lula/Alckmin à chapa Brandão/Camarão, frutos de uma bem torneada aliança do PSB com o PT e avalizada pelo PCdoB e demais partidos remanescentes da frente de 2014, quando reuniu 16 partidos na base de apoio do seu Governo. É o resultado das intensas e cuidadosas articulações comandadas nos últimos dois anos por Flávio Dino, que assim reafirma sua posição de mais destacada liderança política do Maranhão na atualidade, dentro ou fora do poder.

PONTO & CONTRAPONTO

Suspeita de desvio em emendas tem efeito danoso nos planos do Roberto Rocha

Roberto Rocha: má notícia em momento  de definição
Roberto Rocha: má notícia em momento de definição Senador Roberto Rocha (PSB-MA). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Nada poderia ter sido pior para o senador Roberto Rocha (PTB) a informação, divulgada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, autorizou a inclusão do seu nome nas investigações de falcatruas com dinheiro de emendas parlamentares enviadas a três municípios maranhenses. Essa bomba explode no exato momento em que o senador, após resolver sua pendência partidária, busca caminhos para resolver se será candidato a governador ou a senador. Não foi uma suspeita qualquer. O MPF justificou o pedido de investigação baseado em documento no qual o nome do senador aparece relacionado com valores do que seriam vantagens a ele supostamente destinadas a ele. Roberto Rocha reagiu afirmando nada ter a ver com a suposta falcatrua. Sua reação enfática dizendo-se inocente foi o começo de um problema que poderá lhe dar muitas dores de cabeça, ainda que não venha a impedi-lo de disputar o cargo majoritário ainda por ser definido.

Deputados reforçam cacife com seus partidos no tabuleiro sucessório

Márcio Jerry, Edilázio Jr. André Fufuca e Aluísio Mendes: em alta
Márcio Jerry, Edilázio Jr. André Fufuca e Aluísio Mendes: em alta

Cinco deputados federais chefes de partidos no Maranhão estão jogando com habilidade no cenário sucessório estadual. Márcio Jerry topou continuar comandando o PCdoB na luta que a legenda trava pela sobrevivência, o que lhe dá poder de fogo para fortalecer sua candidatura à reeleição. Presidente estadual do PSD, Edilázio Jr. vem comandando a pré-campanha de Edivaldo Jr. ao Governo e, com isso, fortalecendo o seu próprio cacife eleitoral. André Fufuca, que controla o PP no estado, ganhou estatura como um dos avalistas da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição fora do triângulo da esquerda moderada. E Aluísio Mendes ganhou projeção no tabuleiro sucessório coimo o principal avalista da pré-candidatura de Lahesio Bonfim ao Governo do Estado.

Do Repórter Tempo