A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,62% em março, após alta de 1,01% um mês antes. É o maior resultado para o mês desde 1994, período pouco antes da implementação do Plano Real. Já o resultado acumulado em 12 meses atingiu a marca de 11,3%. As informações foram divulgadas neta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasil de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracajú e de Brasília.
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O maior impacto individual no índice veio da gasolina, cujo preço subiu 6,95% e respondeu por 0,44 ponto percentual da taxa de 1,62% do IPCA no mês.
A capital do Maranhão, São Luís, teve a terceira maior alta registrada, segundo o IBGE: 12,22%, quase 1 ponto acima da média do país.
Mês passado a Petrobras elevou em mais de 60 centavos o preço da gasolina, além do diesel e gás de cozinha. O aumento nos combustíveis desencadeia um efeito dominó sobre outros índices, como alimentos mais caros.
A inflação acelerada em Alimentação e bebidas (2,42%) decorre, principalmente, pela alta nos preços dos alimentos para consumo em casa (3,09%). A maior contribuição (0,08 p.p.) dentro do grupo veio do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. Além disso, foram registradas altas em diversos produtos, como a cenoura (31,47%), que acumula alta de 166,17% em 12 meses, o leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%), as frutas (6,39%) e o pão francês (2,97%).
Para piorar, no Brasil o valor dos combustíveis está atrelado a qualquer movimento errático em países estrangeiros. No caso, a guerra da Rússia após invadir a Ucrânia tem pressionado mais ainda o valor do barril de petróleo.
Pelo indicador acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 11,3% em março, ante 10,54% até fevereiro. O resultado ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3,5% para 2022 – sendo que a meta tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
“Todo dia é dia de preço alto no Brasil de Bolsonaro”, anuncia o vídeo da campanha “Bolsocaro”, que denuncia o impacto da alta dos preços na vida da população durante o governo Bolsonaro.
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