O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou ao presidente Jair Bolsonaro seu pedido demissão da pasta nesta segunda-feira, 28. A informação foi divulgada pela jornalista Natuza Nery, da Globo News e pela CNN.
O pedido de exoneração do ministro acontece após reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrar a atuação de um gabinete paralelo no Ministério da Educação.
Dois pastores sem cargos no MEC, Gilmar Silva e Arilton Moura, são suspeitos de negociar com prefeitos a liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, em troca de propina.
Em áudio divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro Milton Ribeiro diz que repassa recursos para municípios indicados pelos dois pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou na quinta-feira, 24, a abertura de um inquérito para apurar as suspeitas. Na sexta-feira, 25, a Policia Federal abriu o inquérito.
Bolsonaro disse a pessoas próximas que foi convencido a aceitar a renúncia do ministro da Educação após perceber que Milton estava disposto a entregar o seu cargo para dissipar a pressão de aliados evangélicos do governo e de integrantes dos Três Poderes.
O nome mais cotado para substitui-lo é o do secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, que é bastante ligado ao ministro.