Em viagem pelo exterior, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quinta-feira (3) na Câmara dos Deputados do México, onde defendeu tratados de integração e voltou a criticar o conflito entre Rússia e Ucrânia. “A humanidade precisa entender que a única guerra verdadeiramente justa é a guerra contra a desigualdade. E no entanto, alguns seres humanos em posição de poder fazem de tudo para produzir ainda mais desigualdade e mais sofrimento”, afirmou Lula, que nesta sexta (4) deve iniciar o retorno ao Brasil.
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Lula afirmou que, em 13 anos de governos petistas foi feita uma “revolução pacífica” no Brasil.
“Conjugamos desenvolvimento com inclusão social, estabilidade econômica, respeito pleno ao Estado de direito, aos direitos humanos e às liberdades individuais e coletivas. Governamos para todos, mas construindo políticas públicas voltadas especialmente para os mais pobres.”
Soberania e cooperação
No início de seu pronunciamento, Lula lembrou da criação, 12 anos atrás, no próprio México, da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“Além de um importante passo para a conquista da nossa soberania, a criação da Celac representou também mais uma prova da extraordinária vocação dos seres humanos para superarem diferenças e cooperarem uns com os outros. Nós, latino-americanos e caribenhos, somos 650 milhões de seres humanos. Temos nossas diferenças socioeconômicas, geopolíticas e culturais. Falamos diferentes idiomas. Mas ainda assim nos entendemos. E escolhemos viver em paz.” Ele ainda assegurou: “Podem estar certos de que muito em breve o Brasil estará de volta à Celac e ao convívio democrático e harmônico com a América Latina, o Caribe e o resto do mundo”.
Em outro momento do discurso, Lula citou “o golpe de 2016 contra a democracia” e a eleição, em 2018, de um governo de extrema direita, “que em menos de quatro anos devolveu o Brasil a um passado que julgávamos superado para sempre”. Mas ele acrescentou que os “bons ventos” voltarão a soprar a região. “E tudo faremos para que, a partir do primeiro dia de 2023, o Brasil também volte a trilhar o caminho do desenvolvimento com inclusão social e combate a todas as formas de desigualdade”, afirmou o ex-presidente.