A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR) foi fechada no governo Bolsonaro | Foto: Agência Petrobras
A Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (FAFEN-PR) foi fechada no governo Bolsonaro | Foto: Agência Petrobras

Em 2021, o Brasil gastou 15,2 bilhões de dólares – R$ 80 bilhões – em importações de adubos e fertilizantes químicos, praticamente o dobro do que foi gasto ano anterior. Para a Federação Única de Petroleiros (FUP), esse desequilíbrio na balança comercial brasileira tem uma explicação: o fechamento das fábricas de fertilizantes da Petrobras durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

A FUP aponta que apesar de ser grande produtor de alimentos, o Brasil é altamente dependente da importação de fertilizantes, com cerca de 85% desses produtos sendo comprada no mercado internacional. Esse tipo de insumo foi o o produto mais importado entre os itens da categoria “indústria de transformação”, segundo dados da balança comercial brasileira, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O país adquiriu no exterior 41,5 milhões de toneladas de fertilizantes – incremento de 22% –, a um preço médio de US$ 364,34 por tonelada, 56% acima dos valores pagos em 2020.

O petroquímico Gerson Castellano, diretor da FUP, aponta que a retirada da Petrobrás do setor de fertilizantes, anunciada pelo governo Bolsonaro em 2019, foi um fator que contribuiu muito para aumentar ainda mais essa dependência.

Castello afirma que o Brasil ficou refém de importações para abastecer seu mercado doméstico. “A disparada nos preços de insumos, como o gás natural e o potássio, estão criando o temor de uma possível crise no abastecimento de fertilizantes”, declarou.

Fechamento da Fafen

Em março de 2020, foi fechada a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras no Paraná (Fafen-PR), responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).

A Petrobras ainda arrendou algumas outras unidades no Nordeste e acabou de anunciar a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas (MS), ao grupo russo Acron, com cerca de 80% das obras concluídas.

As importações do Brasil vem principalmente de China, Ucrânia e Lituânia.

Com informações da Assessoria da FUP

Por Lucas Rocha / Revista Fórum