Em matéria assinada pelo jornalista Sérgio Roxo, n’O Globo desta quarta-feira (2), o jornal carioca projeta que os estados caminham para ver a polarização se repetir em suas disputas locais ao governo na eleição, com um candidato ligado ao ex-presidente Lula (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL) disputando a preferência do eleitorado. A publicação considera provável a repetição do duelo nacional já em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, não desconsiderando que outros estados também sejam atingidos pela “onda”, assim como o Maranhão.
Entre as análises colhidas, o deputado Capitão Augusto (PL-SP), um dos líderes da bancada de militares no Legislativo, a avaliação é que os candidatos da terceira via, assim como tem acontecido na disputa presidencial, também terão dificuldade nas corridas para governador.
“A gente tem uma percepção de que essa vai ser uma campanha ideológica de esquerda contra direita. Os que não se posicionarem de forma bem definida vão ficar pelo caminho. Acabará refletindo nos estados o que está acontecendo no cenário federal“, pontuou Augusto.
Caso se consolide em São Paulo, o estado com mais de 31,9 milhões de eleitores, a polarização entre um representante do lulismo e outro do bolsonarismo derrubaria uma supremacia de 28 anos do PSDB.
Maranhão no foco
A projeção do jornal carioca vai ao encontro da análise recente, do jornalista Ricardo Cappelli publicada neste D98, a cerca do cenário maranhense: de que a eleição do Maranhão seguirá a polarização nacional, tendo o dinismo/lulismo e o bolsonarismo como protagonistas, sem espaço para terceira via.
Neste cenário, um possível segundo turno se daria entre o vice-governador Carlos Brandão (em breve no PSB) – representante do dinismo/lulismo, e Roberto Rocha (ainda sem destino partidário) – nome mais forte entre os pré-candidatos bolsonaristas.
Segundo registrou Cappelli, no momento, as pesquisas medem o “recall”, a lembrança das eleições passadas. A única exceção objetiva é o crescimento de Brandão, que não aparece em programas eleitorais desde 2010, quando foi eleito deputado federal.
As últimas pesquisas eleitorais sobre o cenário maranhense têm reforçado essa tese. Tomando por base a Escutec/Mirante, os dados surpreenderam ao mostrar um crescimento de 8 pontos de Brandão, Weverton Rocha oscilando 2% para cima, e Edivaldo Holanda e Roberto Rocha dividindo o campo da “terceira via”.
O x da questão será como o eleitor interpretará o processo eleitoral. O PT já sinalizou campanha e apoio a Brandão, mesmo com Weverton tentando colocar sua imagem a de Lula. E Bolsonaro tem articulado apoio a candidatos a governadores, e Roberto Rocha tem sido o mais bolsonarista. Com a campanha eleitoral às portas, findando o que restou do carnaval privatizado, a hora de definições eleitorais se aproxima.