Um dos nomes mais fortes do Governo Flávio Dino (PSB), o secretário de Comunicação do Maranhão, Ricardo Cappelli, conta em entrevista exclusiva ao Diário 98 os bastidores que pavimentaram a união do grupo político do dinismo em torno do vice-governador Carlos Brandão (que está de malas prontas do PSDB para o PSB) como pré-candidato à sucessão estadual.
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Para o secretário, o conjunto de ações e políticas públicas que a gestão de Flávio Dino ostenta no Maranhão após sete anos qualificam o atual governador para a única vaga do Senado. E complementa: “O resgate da identidade e orgulho maranhense é um dos grandes legados de Flávio Dino”.
Confira abaixo a entrevista completa:
Diário 98 – Várias lideranças estão mudando de partido e pelo menos três pré-candidatos da base do Dino estão de olho no Palácio dos Leões. Em breve, Flávio estará passando o bastão para Brandão. O que essas movimentações indicam para a política maranhense?
Ricardo Cappelli – A base do governo Flávio Dino só tem um pré-candidato, o vice-governador Carlos Brandão. O que aconteceu, na verdade, foram dissidências. Nós pactuamos um conjunto de regras, um método de escolha do pré-candidato que unificaria o dinismo. No final desse processo, o vice-governador Carlos Brandão foi escolhido.
Contudo, algumas lideranças não concordaram e abriram uma dissidência, que faz parte do processo. Mas o governo Flávio Dino, a base dinista, só tem um pré-candidato no Maranhão e ela permanece unida. O grupo vem unindo o maior número de forças políticas, de partidos e de lideranças regionais. Brandão já agrupa apoio da maioria dos partidos de esquerda, como o PCdoB, o PT e o PSB, por exemplo. Eu diria que até aqui a pré-candidatura de Carlos Brandão é muito exitosa e vem unindo o nosso grupo para dar continuidade às mudanças que estão em curso no estado.
D98: Dino deixa o cargo em abril, mas algumas mudanças já estão ocorrendo na estrutura do Governo. O sr. vai permanecer na SECOM?
RC: Só quem pode responder essa pergunta é o futuro governador Carlos Brandão. Ele assume o governo do Maranhão no dia 31 de março depois que Flávio renuncia – porque assim exige a legislação eleitoral. Brandão já está montando a sua equipe e tem absoluta liberdade e tranquilidade para montar seu futuro governo.
Eu tenho bastante experiência na administração pública e tenho colaborado muito todos esses anos no governo Flávio Dino. Inclusive tenho colaborado com o vice-governador, mas a questão de espaço no governo, de quem fica onde, claro, é uma prerrogativa de Carlos Brandão e só ele poderá falar sobre isso.
D98: Dino vai concentrar a campanha dele ao Senado a partir de abril. Você acredita que Dino se elege senador? Qual o legado que o governador Flávio Dino deixa para o Maranhão após 7 anos?
RC: Flávio faz um governo que hoje conta com uma alta aprovação popular. O povo maranhense reconhece o belíssimo trabalho dele, que mudou e fez mudanças estruturais no estado. Apesar desse favoritismo e do alto reconhecimento público, o governador vai disputar uma eleição. Ou seja, antes do pleito de outubro, antes do debate com a população, não tem ninguém eleito. É um longo processo.
Sobre o legado, são inúmeros. E vale lembrar, Flávio Dino governou durante momentos difíceis da política nacional e do Brasil. A crise sanitária de Covid-19, o impeachment de Dilma… E mesmo assim avançou muito.
Primeiro, uma verdadeira revolução na Educação. São mais de 1,4 mil obras educacionais, entre novas escolas e unidades reformadas, a rede de escolas técnicas e profissionalizantes que não existia antes, os IEMAs que são um orgulho do Maranhão, a nova universidade pública estadual UEMA Sul, o ganho de posições no IDEB. A Educação é um grande legado.
Também alcançamos o maior salário de professor no Brasil. O professor inicial de 40 horas ganha quase R$ 7 mil. Então não é só uma questão ou outra, não é só o programa “Escola Digna” e infraestrutura, é a real valorização do professor. A gente vive uma verdadeira revolução na educação no Maranhão.
E na Saúde do estado, para você ter uma ideia, antes de Flávio só existiam leitos de UTI em duas cidades. Hoje são mais de 20 cidades, descentralizando o atendimento. Temos 16 novos hospitais macrorregionais e policlínicas espalhadas por todo o Maranhão. Quando Flávio Dino assumiu, o estado só tinha 25 cadeiras de hemodiálise. Agora são quase 400 cadeiras de hemodiálise espalhadas. A Saúde maranhense também teve uma verdadeira revolução. Não por acaso a gente tem o menor índice de mortalidade por Covid-19 do Brasil. As pessoas perguntam: ‘mas qual é o mistério? qual é o milagre do Maranhão?’ Não tem milagre. É trabalho, trabalho, trabalho. Foi a ampliação da rede.
Na área da segurança alimentar mais efeitos extraordinários. Temos hoje 70 restaurantes populares no Maranhão (mais que São Paulo, maior estado do país). É a maior rede de segurança popular do Brasil. São muitos legados em áreas que são estruturantes, na Saúde, na Educação e também no desenvolvimento econômico, na geração de empregos. O Maranhão, novamente em 2021, registrou um saldo positivo na geração de empregos. Então é uma verdadeira revolução.
O porto de Itaqui, nosso orgulho, vem batendo recorde na movimentação de cargas. Ano após ano ganhando prêmios nacionais de boa gestão na área portuária. São inúmeros avanços e um legado direto do governador Flávio Dino. E o maior deles, talvez, seja o orgulho de ser maranhense.
A população do Maranhão tem orgulho de bater no peito e se reafirmar maranhense, e muito disso vem da liderança do governador esses anos todos. Vem da transformação que ele promoveu no estado e pelo papel que ele exerce hoje no Brasil. O governador é uma liderança que é ouvida no país inteiro e leva a imagem do Maranhão e o desenvolvimento promovido aqui para todo o país.
D98: Sua gestão na SECOM às vezes recebe críticas por ser um pouco incisiva. Como você responde esses comentários?
RC: A gente tem procurado na Secretaria de Comunicação, nesse pouco mais de um ano que estou conduzindo a pasta, fazer um trabalho absolutamente técnico e profissional. A gente conta com uma equipe muito qualificada, com profissionais muito valorosos.
Também desenvolvemos uma série de pesquisas para definir o perfil de consumo de mídia do estado, nas principais cidades do Maranhão. O que as pessoas consomem de mídia, onde consomem, por onde consomem, etc. Tudo isso é feito para que possamos cumprir a nossa função social como Secretaria de Comunicação: que é levar informação correta e rapidamente a todos os cidadãos.
No início da crise da Covid-19, por exemplo, foi uma batalha que não foi só sanitária. Tivemos também ali a disputa de comunicação, porque muita gente espalhou Fake News. Falavam que quem tomasse a vacina ia virar jacaré, que a vacina tinha problemas, enfim, uma série de mentiras que dificultava esse trabalho essencial de informar a população no período mais duro.
Eu posso afirmar que no campo da saúde, a luta contra a Covid-19 teve duas frentes de batalha: a sanitária e a de comunicação.
Por fim, nosso trabalho ao longo de 2021 até aqui tem procurado ser absolutamente técnico, profissional, levando informação ao máximo de pessoas, com utilidade pública. Eu recebo as críticas também, que eventualmente aparecem, com muita naturalidade. Unanimidade ninguém tem e eu encaro com muita naturalidade. Faz parte.