Do Blog do Jorge Vieira – Em todas as suas entrevistas, o senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao governo do Estado, usa e abusa do discurso de que ele é o verdadeiro representante do campo progressista nas eleições de 2022. A narrativa tem dois objetivos: tentar monopolizar um possível apoio de Lula e atacar seu adversário, o vice-governador Carlos Brandão.
O problema é que o discurso do pedetista anda longe das suas práticas. Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, ele apoiou, no primeiro turno, o deputado estadual Neto Evangelista, que é do DEM. No segundo turno sua preferência foi por Eduardo Braide, do Podemos.
Se levasse mesmo em consideração apenas apoiar nomes que fortalecem o seu campo ideológico, Weverton apoiaria, em 2020, o deputado Rubens Júnior, do PCdoB e tinha o apoio do PT. Inclusive o vice do comunista na época, Honorato Fernandes, é um dos apoiadores do projeto do senador.
Outro fato que joga por terra o discurso de Weverton é a movimentação de uma das suas principais apoiadoras: a senadora Eliziane Gama (Cidadania). A parlamentar está em negociações avançadas com o governador de São Paulo João Dória (PSDB) para formar uma chapa presidencial na vaga de vice.
Ora, se critica tanto o tucanismo de Brandão, por que então Weverton mantém Eliziane como uma das suas principais aliadas?
A realidade é que a narrativa que o senador tenta criar cai por terra quando o seu passado recente e a tentativa de formação de alianças para as eleições de 2022 são expostas.
Desta forma, Weverton terá que arrumar outro discurso para mostrar ser uma opção melhor do que o seu oponente. Esse de campo ideológico não cola.