Desde as últimas semanas de dezembro, foram detectados que vários municípios do Maranhão foram afetados por fortes chuvas, resultando na alta dos níveis dos rios e por conseguinte, pontos de enchentes em algumas cidades do estado.
De acordo com o meteorologista Gunter de Azevedo do Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a região Sul do Maranhão sofre influência do fenômeno meteorológico La Niña, ou seja, um resfriamento a normal, são registradas temperaturas abaixo do normal na superfície do mar.
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Devido o fenômeno, são registradas chuvas acima da média desde o mês de outubro do ano passado para o Sul do Maranhão, região onde estão nascentes de rios, como Itapecuru e Mearim.
Atualmente são registrados cinco pontos de enchentes no Maranhão, nas cidades de Mirador, Grajaú, Barra do Corda, Jatobá e Paraibano. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), são 298 famílias desabrigadas, aquelas que perderam suas casas e precisam de abrigo público por não terem para onde ir. Outras 322 famílias estão desalojadas, ou seja, impedidas de ficar em suas casas, tiveram que se instalar em casas de parentes.
Desde a última terça-feira (4), o governador Flávio Dino, que cumpre isolamento devido ao diagnóstico por Covid-19, designou a criação de uma comissão para monitorar e articular ações de auxílio às vítimas das enchentes no Maranhão.
Diante disso, o Diário 98, entrevistou o secretário de cidades, Márcio Jerry, que falou sobre as ações do Governo do Maranhão e explicou que neste primeiro momento a equipe está focada em resolver a situação emergencial e realizar os acompanhamento das áreas inundadas.
Quais ações imediatas foram tomadas pelo Governo do Maranhão para auxiliar as vítimas das enchentes e amenizar os danos estruturais causados pelas chuvas?
O acompanhamento permanente através do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos e secretarias do governo para o levantamento da situação e tomar as medidas necessárias.
As primeiras medidas foram de oferecer cestas básicas aos municípios para atendimento das famílias desabrigadas ou desalojadas, reforço e disponibilização de equipes médicas.
No caso de Mirador, inclusive com o suporte de mais uma ambulância. Além disso, tem sido disponibilizado os restaurantes populares nas cidades em que existe restaurantes populares, de modo que haja um atendimento a situações emergenciais.
Qual a estimativa dos danos causados pelas chuvas aos municípios? Haverá algum tipo de auxílio do governo do Maranhão na reestruturação dessas cidades?
Neste primeiro momento, estamos preocupados com a situação emergencial, em fazer a prevenção e acompanhar as áreas inundadas. Além disso, priorizamos prestar socorro, assistência aos desabrigados, desalojados e também aos municípios para que possam tomar as medidas necessárias. Feito esse trabalho, cessada a enchente e passado esse período mais crítico, vamos ver com os municípios quais medidas serão possíveis de serem adotadas.
A projeção do volume de chuva para algumas regiões do estado é alta. Há um monitoramento dessas regiões consideradas de risco no estado?
Há um monitoramento sim. A gente centraliza esse monitoramento no Corpo de Bombeiros e na Defesa Civil. A partir daí que a gente observar as necessidades e as providências adotadas relativas a cada secretaria, conforme a especificidade da ação. Temos tido o acionamento da Casa Civil, da Secretaria de Governo, da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Desenvolvimento Social, entre outras para que a gente possa ter também essa possibilidade de ações preventivas.
O vice-governador Carlos Brandão anunciou que visitará as cidades afetadas pelas chuvas. Quais cidades serão visitadas? Novas medidas serão anunciadas?
O vice governador Carlos Brandão liderará nesta sexta feira uma comitiva que irá à Mirador, Colinas, Barra do Corda e Grajaú. Cidades que tem níveis diferenciados de repercussão das enchentes, mas que todas foram atingidas.
Nesse momento a situação de Mirador está estável decrescente. A situação de Colinas piorou um pouco e as demais também estão estáveis e o vice governador juntamente com a comitiva vai poder in loco marcar mais uma vez a presença do Estado, verificando a situação e as providências cabíveis.