Após divergências na cúpula da CPI da Covid sobre a tipificação de crimes de Jair Bolsonaro e o indiciamento de todos os seus filhos com mandato, o colegiado adiou por mais uma semana a entrega do relatório final, a cargo do relator, Renan Calheiros.
Houve inicialmente uma divergência entre o G7, grupo predominante da CPI que congrega oposicionistas e independentes, sobre o conteúdo do relatório. Para Calheiros, os próximos dias serão primordiais para afinar os últimos detalhes do relatório.
Leia também: Relatório deverá pedir indiciamento de Bolsonaro por 11 crimes
Nesta segunda (18), a CPI da Covid recebe a enfermeira de Manaus Mayra Pires Lima, que perdeu a irmã no início do ano. Também estarão presente: Geovana Dulce, de 19 anos, que perdeu a mãe e será nova chefe da família; Kátia Shirlene Castilho dos Santos, que perdeu pai e mãe, sendo a última tratada com o “kit Covid” pela Prevent Senior; Rosane Brandão, que perdeu o marido; e Jarquivaldo Bites Leite, em tratamento de graves sequelas da Covid-19. Os convidados representam cada uma das cinco regiões do país e devem trazer um relato pessoal sobre as perdas da pandemia.
Também devem comparecer um representante da ONG Rio de Paz e o taxista Marcio Antônio do Nascimento Silva, que perdeu o filho para a Covid-19 e recolocou cruzes derrubadas em homenagem às vítimas da doença na praia de Copacabana.
Elton da Silva Chaves, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasem), falará à comissão na terça. Elton representa a entidade na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde.
A partir do depoimento dele, os senadores querem entender por qual razão o Conitec retirou de pauta a análise e a votação de um relatório que desaconselhava o uso do chamado kit Covid, sem eficácia comprovada, em pacientes hospitalizados com a Covid-19 no Sistema Único de Saúde.