Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro – (Foto: Andressa Anholete/Getty Images)

“Tem moral pra ser presidente da República?”. Foi assim que o secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano do Maranhão, deputado federal licenciado Márcio Jerry (PCdoB) retrucou Jair Bolsonaro (sem partido), após o presidente compartilhar um vídeo no qual seu filho, Flávio (Republicanos-RJ), xinga o relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), de “vagabundo”.

“E vossa excelência com tantos crimes contra a saúde do povo brasileiro, tanta relação com miliciano, tem moral pra ser presidente da República?”, questionou Jerry, ao compartilhar a publicação do mandatário, no fim da quarta-feira (12).

Bate-boca na CPI

A fala do filho 01 de Bolsonaro foi a cena derradeira de uma sessão marcada por troca de ofensas e que terminou por encerrar mais cedo a audiência que ouvia o depoimento do ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten.

Ao defender o ex-integrante do Planalto, Flavio declarou: “Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros. Olha a desmoralização.”

Leia também: Para Dino, Wajngarten cometeu crime na CPI e deveria ser preso

Após ser chamado de vagabundo, Calheiros disse que considerava o xingamento um “elogio” vindo de um parlamentar como Flávio. “Vagabundo é você, que roubou dinheiro de pessoal no seu gabinete”, afirmou o relator. “Você que é”, emendou. Na sequência, Flávio Bolsonaro disse que Renan quer “aparecer”, usar a CPI como “palanque” e usou um palavrão: “Se f…”.

Diante da troca de farpas, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), resolveu suspender os trabalhos.

Uma nova afronta de Bolsonaro

O acirramento da briga entre Calheiros e o clã Bolsonaro coincide com a visita que o mandatário fará nesta quinta-feira (13) a Alagoas para  inaugurar uma obra feita pelo governo de Renan Filho (MDB), com recursos federais liberados ainda nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

De acordo com informações da revista Veja, durante a passagem pelo estado, Jair Bolsonaro usará tropas do Exército para fazer sua segurança, ao invés da Polícia Militar.

“É um ataque ao federalismo. Vai inaugurar obra em Alagoas amanhã sem o governador. Mandou Exército fechar as ruas lá para intimidar”, disse Calheiros à revista, após saber da mudança repentina de planos de Bolsonaro.