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No Dia do Trabalhador, o governador do Maranhão Flávio Dino publicou artigo na revista Carta Capital com um alerta. “O século 21 trouxe condições materiais para forte itinerário de precarização do trabalho humano”, afirma o governador do PCdoB. “O emprego regulamentado está fortemente em risco, especialmente em países periféricos. Muitos trabalhadores que atuam conectados à tecnologia do século 21 têm os mesmos direitos de seus antepassados do século 18”.

Dino lembra que o trabalho passou a ser pago “apenas por demanda, desconsiderando custos, riscos e o tempo envolvidos” naquela tarefa. “Um entregador pode passar 12 horas à disposição do aplicativo de entregas visando atingir a remuneração necessária para sua sobrevivência. Mas só vai ser pago pelos pedidos que entregar”.

Pauta da Esquerda

O governador comunista defende que o pensamento progressista dialogue com a realidade desses trabalhadores. “Enfrentar essa tendência de combinar avanço tecnológico com a regressão de direitos é um dos principais desafios neste início de século”.

Flávio Dino lembra que “as duas principais matrizes políticas da esquerda brasileira – o lulismo e o trabalhismo – surgiram e se consolidaram na luta por direitos para a classe trabalhadora”. “É preciso reviver essas experiências históricas, atualizando-as e apontando para a essência de uma nova utopia, tendo a valorização do trabalho humano no centro de um ciclo renovado de transformações sociais”.

Pandemia

A pandemia ampliou esse problema, segundo o governador, já que o home office é uma realidade apenas para os trabalhadores de maior renda e grau educacional. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que 28% dos brasileiros de classe A/B puderam optar pelo home office no ano passado. Mas só 10% da classe C pôde fazer a mesma opção. “Os trabalhadores que ganham menos são os que estão se arriscando mais na pandemia”.