O governador do Maranhão, Flávio Dino, classificou de ‘esdrúxula’ a promessa feita pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), nesta quinta (22), durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, evento considerado ‘teste’ ao comprometimento do governo brasileiro no enfrentamento das mudanças climáticas.
Destacando a posição de ‘pária mundial’ do Brasil após uma sucessão de medidas adotadas pela gestão bolsonarista, Dino ressaltou que o presidente brasileiro ficou no ‘fim da fila dos líderes a discursar’ e que o mandatário norte-americano e organizador do evento, Joe Biden, sequer ‘ficou para ouvir’. “Ou seja, a esdrúxula diplomacia do Brasil como ‘pária mundial’ foi bem-sucedida. Lamento muito. Haveremos de recuperar o nosso protagonismo global”, afirmou.
Líderes reunidos na Cúpula
Prometido por Biden ainda durante a disputa eleitoral, o evento que segue até a próxima sexta-feira (23) conta com a participação de outros 40 representantes mundiais, entre eles os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China, no momento em que os olhos do mundo se voltam para as políticas adotadas pelo governo brasileiro.
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Dino criticou ainda a não utilização de recursos do Fundo Amazônia, que tem R$ 2,9 bilhões parados há dois anos após Salles criticar as doações feitas pela Alemanha e Noruega.
“Minutos que Bolsonaro usou na Cúpula de Líderes deviam ter sido destinados ao anúncio de medidas imediatas e a reforçar propostas concretas, a exemplo do mecanismo REDD+, com garantia de recursos para comunidades tradicionais e povos originários. Além de um Green Deal brasileiro. Além de excessivamente genérico, o discurso de Bolsonaro tem um grave problema: é incoerente com a realidade. Faltam ações que deem amparo às palavras. Basta ver a situação absurda do Fundo Amazônia, paralisado desde 2019”, recordou Dino pelo Twitter.
No encontro, Bolsonaro prometeu adotar medidas que reduzam as emissões de gases e pediu “justa remuneração” por “serviços ambientais” prestados pelos biomas brasileiros ao planeta, depois de atacar a fiscalização ambiental, esvaziar órgãos de controle, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), boicotar operações e legislações específicas do meio ambiente e retirar financiamentos de ONGs e promover o incentivo ao garimpo em terras indígenas.