O general Eduardo Pazuello não compareceu à reunião com o comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira, na noite de ontem (24). O sumiço expôs mais uma quebra de hierarquia do militar e revelou, desta forma, a tentativa de Bolsonaro em dividir as Forças Armadas. Derretendo cada vez mais nas pesquisas e perdendo para Lula nas atuais pesquisas, o presidente já articula a desestabilização do país no ano que vem usando os militares.
Para o ex-ministro da Defesa de Dilma Roussef, Aldo Rebelo, a ação pode ser o início de uma desestabilização nos quartéis: “Discussões políticas invadariam os quartéis, com debates entre grupos bolsonaristas, antibolsonaristas e outras correntes. Com isso, os militares deixariam de ser uma opção de solução para os problemas do país e passariam a ser um problema a mais. E bem grave”, comentou ao UOL.
E Aldo completa: “Quem conhece Bolsonaro sabe que isso para ele não tem a menor importância, ele aposta em dividir as Forças Armadas, desde que fique com uma parte delas.
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Em editorial, a Folha de S. Paulo aborda a mesma problemática: “O princípio da hierarquia e o comando das Forças Armadas também se veem desafiados quando um general subordinado resolve fazer demagogia palanqueira. Sargentos, tenentes, capitães, majores e coronéis também poderiam ficar tentados a demonstrar suas preferências partidárias, o que instalaria a balbúrdia entre os militares”.
O blog O Antagonista conclui o futuro dessas ações: “Em vez de tanques nas ruas, teremos motocicletas nas ruas. Mas o resultado será o mesmo: um golpe”.