Em entrevista na manhã desta segunda-feira (24), o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, sabe que errou ao participar de ato político convocado por Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro neste domingo (23) e aguarda alguma punição pelo Exército.
“Eu já sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que ele cometeu um erro”, disse Mourão, que é general da reserva, ao chegar nesta segunda ao Palácio do Planalto.
Na ativa, Pazuello infringiu o regulamento do Exército, que veda participação de militar em ato político.
Segundo Mourão, Pazuello pode pedir para ir para a reserva a fim de reduzir a punição.
“É provável que seja [punido]. É uma questão interna do Exército. Ele [Pazuello] também pode pedir transferência para reserva e aí atenuar o problema”, afirmou.
Mourão ainda minimizou o risco do episódio escancarar uma politização da caserna. “Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa”, disse em relação a Walter Braga Netto, general da reserva, que é presença constantes nos atos de Bolsonaro.
No Maranhão, multa a Bolsonaro
Após ter cometido infração sanitária ao promover aglomerações durante sua passagem pelo Maranhão na última sexta-feira (21), a Agência de Vigilância Sanitária do Maranhão emitiu auto de infração contra o presidente Jair Bolsonaro.
Decreto estadual prevê pagamento de multa para quem desrespeitar as medidas restritivas adotadas para conter o avanço do coronavírus. Sem máscara, Bolsonaro se aglomerou com apoiadores em mais de uma cidade justamente no dia em que foram identificados casos da cepa indiana do coronavírus no estado, considerada extremamente agressiva.
No auto de infração, o governo maranhense afirma que Bolsonaro infringiu o decreto estadual de 30 de setembro de 2020, descumprindo o uso obrigatório de máscara e “promovendo em eventos da presidência da República aglomerações sem controle sanitário com mais de 100 pessoas”. Trata-se da primeira atitude do tipo tomada por um governo estadual contra os passeios do presidente em meio à pandemia.