A nova visita de Jair Bolsonaro (sem partido) ao Maranhão, agendada para a próxima quinta-feira (20), promete se tornar mais um alvo de disputa entre bolsonaristas que brigam por “créditos” em inaugurações que não envolvem sua participação. É o caso da Ponte Estaiada sobre o Rio Parnaíba na BR-235, que liga Santa Filomena, município do sul do Piauí, a Alto do Parnaíba, no Maranhão, cuja entrega motivou a viagem presidencial.
A obra, construída a partir de emendas da Bancada federal do Piauí, deve se tornar alvo direto do senador Roberto Rocha (sem partido), que pretende ‘cacifar’ para si os ‘louros’ do projeto. Como de costume, o senador bolsonarista deve ciceronear o mandatário durante sua breve passagem pelos dois estados.
O anúncio da inauguração foi feito nesta segunda-feira (17) pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Hora de esperar novas polêmicas de Bolsonaro?
Ao que tudo indica e seguindo o exemplo de duas últimas visitas do ex-capitão do Exército ao Maranhão, a passagem de Bolsonaro deve ser marcada pela promoção de campanha eleitoral antecipada, novos ataques ao governo de Flávio Dino (PCdoB) e até mesmo por novas polêmicas, após protagonizar, nos últimos meses, uma série de ataques e ameaças a chefes dos Executivos estaduais.
Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo, Bolsonaro deverá desembarcar diretamente no Piauí, com Ciro Nogueira – um de seus principais aliados no Senado e atual presidente nacional do Progressistas – a tiracolo.
Sem recepção de governadores
Como nas demais passagens pelo Nordeste – região onde o presidente chega a ter 75% de rejeição – , Bolsonaro não será recepcionado pelos governadores dos estados — Wellington Dias (Piauí) e Flávio Dino (Maranhão).
Nos últimos meses, Paulo Câmara (Pernambuco) e Camilo Santana (Ceará) também não foram a inaugurações com Bolsonaro em seus estados sob justificativa de evitar aglomerações.
A presença de Nogueira na comitiva, no entanto, já levantou outras especulações também sobre a política piauiense. Ele estaria bastante atento às insatisfações de alguns partidos da base sobre o pouco diálogo por parte do governador Wellington Dias (PT-PI) em relação à formação da chapa proporcional para Câmara Federal e Assembleia Legislativa do Estado.