Mais de 400 mil pessoas mortas. 125 milhões de brasileiros vivendo na insegurança alimentar e 19 milhões não tem o que comer. Pelo menos, 45 mil crianças e adolescentes órfãos de pai e de mãe, vitimados pela pandemia. Famílias inteiras destroçadas pela dor do luto e pela dor da fome. Só quem já passou fome sabe o quanto dói, no físico, na alma e na dignidade.
Enquanto isso, a vacinação contra a covid-19 avança no mundo, mas se arrasta lentamente no Brasil. Sobe o preço da gasolina, da cesta básica e do gás de cozinha. Não há renda mínima para os mais pobres. Toda hora é uma reforma nova para tirar direitos da população. E a prioridade dos governistas é vender o patrimônio nacional e destruir o serviço público.
O Brasil vive a “Crônica de uma tragédia anunciada”. Estamos enfrentando ao mesmo tempo a pandemia do novo coronavírus e o desgoverno do senhor Jair Messias Bolsonaro – o falso Messias, que, a cada dia, revela mais a incompetência para presidir o país.
Diante do caos, ele conseguiu superar as expectativas e agir com mais irresponsabilidade, inconsequência. É abominável cada atitude dele desde o início da pandemia, quando debochou e a comparou a ‘uma gripezinha’. A população aflita, preocupada com o isolamento, com o distanciamento social, usando máscaras, o país sem previsão de vacina, e o presidente foi se exibir em cima de um jet-ski em passeio pelo Lago Paranoá, em Brasília.
Numa ignorância sem tamanho, desdenhou e desacreditou das recomendações sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS). Provocou aglomerações, estimulou e participou pessoalmente de manifestações, sem usar sequer uma máscara de proteção.
Autoritário, ao ser contrariado por Mandeta, decidiu demití-lo do Ministério da Saúde. Desde então, passou a trocar mais de ministro da Saúde do que de camisa. O chefe da saúde dava sinais de simpatia à ciência, era demitido. O único que demorou foi Pazuello, que não por coincidência era negacionista, elogiado por Bolsonaro e acusado pela péssima gestão que culminou, inclusive, no agravamento da crise em Manaus. Em visita à capital amazonense, divulgou o kit cloroquina, a mando do próprio presidente, na semana em que a cidade enfrentava uma das piores crises, com falta de oxigênio e insumos hospitalares.
Bolsonaro é um negacionista completo. Negou a eficácia do uso de máscaras e os protocolos de saúde. Foi para a televisão defender ‘tratamento precoce’ e receitou cloroquina e ivermectina em rede nacional, mesmo com todas as autoridades de saúde desaconselhando o uso dos medicamentos por falta de eficácia para combater a Covid-19. Negou a ciência. Criou crises com a China, gerou dificuldades para o Butantã não produzir as vacinas. Depois de criada, disse que quem tomasse viraria jacaré. E os ataques não pararam até hoje. Agora é acusado pela Rússia por difamação na negativa à importação da Sputnik, uma vacina com mais de 95% de eficiência comprovada no combate ao coronavírus.
Ele não para. Criou crises com os estados, com os municípios, com o Supremo, com o parlamento, e ataca constantemente a imprensa. Espalhou Fake News. E ainda nem falamos do desrespeito às vítimas e aos familiares das vítimas da covid-19 e da ingerência do governo. Respondeu o “E daí?”, ao ser perguntado sobre o primeiro recorde diário de mortes. E em outra oportunidade soltou um “Vamos todos morrer um dia”, ao se posicionar contra o isolamento social. Recentemente, posou com uma placa ‘CPF cancelado’, no mesmo dia que o país ultrapassou a marca de 389 mil mortos pela pandemia.
Mas a realidade do Brasil poderia ser outra nesse momento, como é em outros países, se todos os protocolos tivessem sido obedecidos e se o Bolsonaro tivesse contratado as vacinas no tempo certo. Não pedimos nada a ele além de fazer o trabalho que só competia e compete ao presidente da República. Quer dizer, bastava ele ter feito o trabalho dele no lugar de passear de Jet-ski, de criar crises, e causar aglomerações. Não o fez! Pelo contrário: É um criminoso em série. Não à toa, já são mais de cem pedidos de impeachment contra ele, fora as ações na justiça e a CPI aberta no Senado para apurar os crimes de responsabilidade dele na gestão da pandemia.
De modo que o país tem hoje dois vírus para combater e sair da situação de calamidade (e da desgraça) que se encontra. O coronavírus e o Bolsonarismo. Dos dois, o pior ainda é o Bolsonarismo.
Vacina Sim! Vacina Já!
Fora Bolsonaro Genocida!