Márcio Jerry é deputado federal (PCdoB-MA), vice-líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados e ex-Secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano

Há momentos em que o silêncio se torna cúmplice. E há circunstâncias em que a omissão é uma forma de traição. No próximo dia 29 de julho, às 18 horas, realizaremos em São Luís o “Ato Brasil Soberano – Contra os Traidores da Pátria” para reafirmar o lado em que estamos: o lado do povo brasileiro, da democracia, da soberania e da justiça social.

O evento será realizado no auditório do Sindicato dos Bancários do Maranhão e reúne partidos políticos, movimentos sociais, centrais sindicais, parlamentares e lideranças populares. Trata-se de uma mobilização em defesa do Brasil, contra o entreguismo, o tarifaço imposto pelo governo Trump e a absurda chantagem ao nosso sistema de justiça. Também será um momento de apoio ao Plebiscito Popular, que aponta caminhos concretos para um país mais justo: com taxação dos super-ricos, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e ampliação da participação popular. Entre as bandeiras do ato, estão ainda a defesa da soberania nacional, a valorização do funcionalismo público, a proteção do meio ambiente e o fortalecimento de políticas públicas que assegurem dignidade à população e reforço à luta pelo fim da escala 6×1.

Este ato dialoga diretamente com a convocação feita por cinco líderes progressistas da América Latina e da Europa — Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai) — que esta semana assinaram, juntos, o artigo “Não cabe imobilismo nem medo”. Eles nos convocam a agir com coragem, enfrentar a extrema direita, combater desigualdades e renovar o compromisso com a democracia. Mas não uma democracia abstrata, apenas formal ou eleitoral. E sim uma democracia com sentido prático: capaz de mudar a vida das pessoas, assegurar direitos, gerar justiça social, garantir comida no prato, emprego, moradia, escola de qualidade e acesso à saúde.

O mesmo vale para a soberania, valor inegociável. Soberania é o direito do povo escolher seu próprio destino, construir o país com base nos próprios interesses, sem submissão a potências estrangeiras. É defender a produção nacional, é proteger os empregos, é não aceitar que decisões que afetam o nosso povo sejam tomadas fora do Brasil — seja em Washington, seja no mercado financeiro.

O Ato Brasil Soberano é, portanto, um gesto de enfrentamento e de esperança. Enfrentamento às forças que desejam ver o Brasil ajoelhado. Esperança de que a mobilização popular, a organização política e o compromisso com a democracia sigam conduzindo este país por um caminho de conquistas.

Como disseram os cinco presidentes: a resposta à ascensão da extrema direita não virá do medo ou da hesitação. Virá da ação. E é isso que faremos. O Brasil é do povo brasileiro — e nunca será colônia de ninguém.

Nos encontramos na terça-feira, para afirmar essa escolha com coragem e determinação.