Faltando 23 dias para subir a rampa do Palácio do Planalto em primeiro de janeiro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (9) os primeiros nomes dos ministros que vão compor seu governo de reconstrução nacional a partir de 2023.

Para a pasta da Fazenda, o petista escolheu Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo. Nesta quinta, Haddad teve uma reunião com o titular da Economia, Paulo Guedes, e defendeu a continuidade de programas essenciais do Estado.

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Eleito para o Senado e ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) será o ministro da Justiça e Segurança Pública. Dino se destacou como uma das vozes de oposição durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Advogado e professor de Direito, Dino terá, entre outros desafios, o de despolitizar as polícias, principalmente a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que nos 45 do segundo turno serviu de bucha de canhão para atrapalhar a votação de eleitores do Nordeste, reduto eleitoral lulista.

O governador da Bahia, Rui Costa, será alçado a ministro da Casa Civil. Costa encerra seu mandato no Estado este ano, e deu demonstrações de unidade ao PT ao se reconciliar com Jacques Wagner e apoiar a candidatura de Jerônimo Rodrigues, eleito governador. A tabela Rui e Wagner no Senado deve render bons frutos na articulação política para o governo Lula.

Para o Ministério da Defesa, o presidente eleito escalou José Múcio Monteiro, ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-ministro das Relações Institucionais de Lula de 2007 a 2009. Múcio chega à Defesa com a tarefa primordial de pacificar a relação do governo eleito com militares.

Mauro Vieira será o futuro ministro de Relações Exteriores. Vieira já comandou o Itamaraty durante o segundo governo Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016 – deixou o cargo após o processo de impeachment da presidente. Atualmente, o diplomata de carreira chefia a Embaixada do Brasil em Zagreb, capital da Croácia.

Lula já teve algumas reuniões com Mucio em Brasília onde fecharam os nomes para troca dos comandantes das Forças Armadas.

  • Exército: general Julio Cesar de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e Construção. Ele é o mais antigo da tropa;
  • Marinha: almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante de Operações Navais da Marinha;
  • Aeronáutica: tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do estado-maior da Aeronáutica;
  • Comandante do Estado-maior das Forças Armadas: almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, atual chefe do estado-maior da Marinha.

Com os anúncios, Lula espera distensionar a relação com as Forças Armadas, um dos núcleos que mais gerou impasse na transição. Diferente das demais áreas, não formou-se uma equipe temática da Defesa para tratar da transição, e a tarefa deve ser passada para José Múcio Monteiro e os novos comandantes escolhidos.