Ontem o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), foi dormir candidato a presidente e acordou não candidato. Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (31), o governador paulista anunciará nesta tarde a desistência da corrida ao Palácio do Planalto. No entanto, confirmada a decisão o vice-governador, Rodrigo Garcia, não assumirá mais o cargo. Garcia esperava esquentar por alguns meses a cadeira de governador a fim de turbinar sua pretensão de concorrer ao governo de São Paulo. A decisão individual de Dória sepulta a chance de seu vice aventurar-se numa campanha majoritária difícil.
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Vale lembrar: o vice-governador Rodrigo Garcia trocou o antigo DEM pelo PSDB ano passado numa costura arquitetada pelo próprio Doria. Seu plano era ter em São Paulo uma plataforma forte para sua candidatura presidencial. Não deu.
Neste 31 de março recomenda-se não sair de casa. Tem de milico comemorando golpe militar antidemocrático à traições e rasteiras de políticos que não cumprem acordos. Palavra é tudo.
Como já era esperado e amargando entre zero e 1% das intenções de votos, a candidatura de Dória não teria como prosperar por diversos motivos.
Primeiro, que o eleitorado de direita e centro está sedimentado entre o presidente Jair Bolsonaro e Sérgio Moro. Logo, o espaço de crescimento para a candidatura do tucano se mostra extremamente limitado.
Um segundo ponto que deve ter pesado na decisão do governador foi sua alta rejeição frente ao brasileiros: na casa de 60%, segundo pesquisa Quaest de março agora, algo considerado intransponível por muitos marketeiros e cientistas políticos.
A decisão de Dória, a ser confirmada, colocará o PSDB em uma guerra interna, com a possibilidade de Eduardo Leite, que perdeu nas prévias tucanas, surgir como candidato do ninho tucano. Chama atenção como os democratas do PSDB são refratários e não aceitam resultados das urnas.
Inclusive, o jornal O Globo já antecipa que aliados de Rodrigo Garcia pedirão o impeachment de Dória caso ele se mantenha no governo e rompa o acordo selado com seu vice.
Ao fim, Dória se meteu numa encruzilhada que pode custar tanto sua candidatura à presidência quanto o resto do tempo que lhe resta frente ao governo de São Paulo. Em qualquer das circunstância é um soma de ganho zero.