Milton Ribeiro é suspeito de favorecer pastores na liberação de recursos públicos pelo ministério aos prefeitos aliados do governo. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, autorizou, nesta quinta-feira (24), a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro. O titular do MEC é suspeito de favorecer pastores na liberação de recursos públicos pelo ministério aos prefeitos aliados do governo. A ministra atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).

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A ministra aceitou o pedido feito pela PGR para que sejam ouvidos Ribeiro, os dois pastores suspeitos (Gilmar Santos e Arilton Moura), além de prefeitos que relataram supostos pedidos de propina e irregularidades envolvendo o MEC. O inquérito terá prazo de 30 dias improrrogáveis, segundo a decisão da ministra.

A convocação acontece após uma série de reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo denunciarem a existência de um “gabinete paralelo” formado por pastores, que controlariam a liberação de verbas e a agenda do Ministério da Educação.

Em uma das matérias é divulgado uma conversa gravada em que Milton Ribeiro disse, em encontro com prefeitos, que o governo prioriza amigos de pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ministra determinou, ainda, que o Ministério da Educação e a CGU (Controladoria Geral da União) enviem, em até 15 dias, esclarecimentos sobre o cronograma de liberação das verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e os critérios adotados pela pasta para a distribuição de recursos.