O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta terça-feira (8), em seu segundo depoimento à CPI da Covid, que a decisão de não nomear a infectologista Luana Araújo para Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 foi dele. Segundo Queiroga, não houve “óbice político” ao nome de Luana, versão, conforme senadores, diferente da relatada pela infectologista e pelo próprio ministro em audiência na Câmara dos Deputados. Questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ministro também admitiu que, mesmo em meio à pandemia, não há infectologistas na pasta da Saúde.
— Apesar da qualificação técnica, o nome de Luana começou a sofrer muitas resistências, em face dos temas que são tratados aqui, quando há uma divergência muito grande entre a classe médica”, disse em referência às críticas da médica ao tratamento ineficaz pela cloroquina.
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Senadores apontaram contradições e questionaram a autonomia do ministro. Em depoimento à CPI na semana passada, Luana disse que Queiroga havia lhe comunicado que seu nome não seria aprovado no governo, por isso ele não a efetivaria.
Em uma audiência na Câmara dos Deputados no dia 26 de maio, 20 dias depois de prestar depoimento na CPI da Covid, Queiroga afirmou que Luana Araújo era uma “pessoa qualificada”, e que tinha as condições técnicas para exercer “qualquer função pública”, mas que não foi nomeada porque além de “validação da técnica”, era necessário “validação política”.
— Alguém mentiu. Ou o senhor ou ela — afirmou Eliziane Gama (Cidadania-MA).
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) chegou a comentar a possibilidade de uma acareação para saber quem está mentindo e disse que se o ministro não quisesse trabalhar com Luana Araújo, não teria nem anunciado o nome da infectologista.