O governador do Maranhão, Flávio Dino, defendeu investimentos em tecnologia no país esta semana, usando como exemplo agudo do momento o enfrentamento da pandemia. O drama das vacinas em território nacional gira em torno da questão de nós não fabricarmos o imunizante. “Embora tenhamos um parque industrial, empresarial, instituições, universidades, apto abstratamente a isso, não temos, num país de 212 milhões de brasileiros e brasileiras, essa autonomia. Então, para o pós-pandemia, como pontos a corrigir, eu destacaria isso, combater as desigualdades e investir em ciência e tecnologia”, afirmou em entrevista nesta quarta-feira (26) pela jornalista Eliane Trindade, da Folha de S. Paulo, no encerramento da segunda edição do Festival ODS, evento digital gratuito que aconteceu entre os dias 25 e 26 de maio. “O momento atual sublinha o quanto o conhecimento científico é elemento fundamental para preservação da vida, pois sem pesquisa não existiriam as vacinas que estão salvando milhões de pessoas”.
“Eu faço questão de sublinhar, embora seja algo evidente, que o principal desafio nosso é encontrar uma estratégia brasileira eficaz para o enfrentamento da pandemia, que vai ganhando contornos da maior tragédia da história brasileira”, afirmou. Entre os entrevistados do Festival ODS estiveram também personalidades como o deputado federal Rodrigo Maia e a empresária Luiza Trajano, presidenta do Conselho de Administração do Magazine Luiza.
Brasil “plantation“
Em seu artigo semanal no Jornal Pequeno, o governador já havia defendido o apoio à ciência, afirmando que o Brasil precisa diversificar sua produção econômica. “Temos que ser mais do que uma plantation do século 21, e a tecnologia e o respeito à biodiversidade são elementos centrais em uma estratégia responsável”, afirmou em seu artigo semanal no Jornal Pequeno fazendo referência ao passado agroexportador do Brasil desde o período de colonização. Dino defendeu que, mesmo com o foco na produção agrícola, o país invista em tecnologia para agregar valor a essa produção.
Exemplo maranhense
Dino usou o enfrentamento da pandemia como um exemplo da necessidade. “Nós acreditamos na ciência e na tecnologia, por isso temos investido muito fortemente na ampliação de oportunidades nestas áreas. Hoje, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) está entre as 10 maiores fundações similares do Brasil, no que se refere aos recursos alocados na instituição, em termos absolutos. Isto revela que temos investido mais do que outros, já que temos o 17º Produto Interno Bruto (PIB) entre os Estados”.
O governo do Maranhão lançou esta semana mais um edital para o Programa de Compras da Agricultura Familiar (Procaf), com a destinação de R$ 1 milhão em recursos, inclusive para um eixo específico: a produção indígena. “Com assistência técnica, extensão rural e articulação institucional, estamos ampliando o nosso papel de indutores de condições favoráveis para produção no Maranhão”, afirmou o governador Flávio Dino.