Amazônia
Expedição para monitorar botos de rio via drones na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no estado do Amazonas – (Foto: Mauro Pimentel / AFP / Getty)

A revista norte-americana Americas Quartely, publicação dedicada à à política, negócios e cultura nas Américas, publicou nesta quarta-feira (12) um artigo do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), no qual ele defende a importância da Amazônia para promover o desenvolvimento nacional e reafirma a crença dos governadores dos estados nesta aposta.

Intitulado “The Amazon Is Brazil’s Future” (“A Amazônia é o futuro do Brasil”, em tradução livre), o texto aponta as características que fazem da região, que reúne condições e recursos estratégicos, uma promessa de se tornar umas das áreas de maior produção de riquezas do planeta.

Potencial desperdiçado

Presidente do Consórcio Amazônia Legal, Dino afirma, no entanto, que o grande potencial da Amazônia não tem se traduzido em qualidade de vida para a população local no momento.

“Ao contrário: se comparado ao restante do país, a região detém piores índices de desenvolvimento humano, menor empregabilidade, menor escolaridade, menor acesso à saúde. As desigualdades regionais tornam-se ainda mais evidentes em um momento de crise sanitária e alimentar como a que se intensificou desde o início da pandemia da Covid-19”, escreve.

Definindo um projeto consistente como uma prioridade “urgente”, o chefe do Executivo maranhense defende uma “combinação de modelos de produção e ocupação territorial capazes de gerar emprego e renda para a população, melhorar os índices de desenvolvimento humano e diminuir as desigualdades regionais”.

“Precisamos de um plano de transição para uma economia verde, levando em conta as matrizes de desenvolvimento já presentes na região”, diz adiante.

Plano de Recuperação

Para fazer frente à imagem que vem sendo veiculada do Brasil a respeito da gestão ambiental – área visivelmente negligenciada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) -, ele também detalha a elaboração de um plano objetivo, formulado pelos nove governadores da região, baseado no fortalecimento do consenso de uma economia verde para a Amazônia.

O “Plano de Recuperação Verde da Amazônia Legal”, o chamado PRV, propõe o enfrentamento dos problemas ambientais e econômicos da região, a partir do envolvimento de universidades, agências públicas, empresas e instituições que já atuam na região para atrair investimentos nacionais e internacionais. O plano pretende ainda viabilizar o Pagamento por Serviços Ambientais e canalizar esses esforços para projetos situados em três eixos temáticos: inovação e tecnologia; infraestrutura urbana e rural; e desenvolvimento produtivo e turismo.

Amazônia: provedora da segurança climática

No artigo, Dino aposta que o sucesso do PRV dependerá da “capacidade de atrair amplos setores, ser o catalisador das instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, que estão engajadas na reversão da mudança climática, transformando todo o potencial do bioma da região no maior aliado nesta meta”.

Ao longo da publicação, Flávio Dino argumenta também que a Amazônia Brasileira está pronta a “cumprir ainda mais seu papel fundamental de provedor de segurança climática ao planeta e que, para isso, a abordagem deve ser “colaborativa, baseada em amplo diálogo em que todas as partes ganham”.