Anvisa
O presidente da Anvisa Antonio Barra Torres – (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A CPI da Covid deve antecipar a determinação do STF e cobrar que o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, esclareça durante depoimento nesta terça-feira (11), a partir das 10 horas, que documentos faltam para que a agência analise o pedido de autorização excepcional e temporária do Governo do Maranhão para compra da vacina russa Sputnik V.

Na segunda-feira (10), o ministro Ricardo Lewandowski, atendendo um pedido do governo maranhense para acelerar a importação do imunizante, determinou que a Anvisa fizesse esse esclarecimento em até 48 horas.

Atraso na liberação da Sputnik V

Alguns membros da comissão têm expressado desconfiança de que a agência reguladora boicota a aprovação da Sputnik V por questões políticas.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, senadores membros da CPI planejam pedir a quebra do sigilo telefônico e telemático (email, aplicativos de mensagens e redes sociais) de Antonio Barra Torres.

O objetivo é saber se ele sofreu algum tipo de pressão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou de algum membro do governo.

Na sessão desta terça, senadores ainda deverão questionar se houve “atraso e omissão” na compra de outros imunizantes. O diretor-presidente da Anvisa também terá que explicar o episódio sobre a tentativa de alteração da bula da cloroquina para indicar o medicamento para o tratamento da Covid-19. 

Chefe da Anvisa

O contra-almirante da Marinha Antonio Barra Lopes foi nomeado diretor-presidente da Anvisa dia 4 de novembro e faz parte do círculo de amizade militar de Bolsonaro, com quem compartilha das mesmas ideias contrárias às medidas drásticas no combate ao coronavírus.

Na imagem, ele usa uma máscara com o símbolo da Ordem de Malta, uma organização de cavaleiros cristãos que surgiu durante as Cruzadas, no século XI.