Correios Bira do Pindaré
O deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA) – (Foto: Luis Macedo/Agência Câmara)

Contrário à proposta que autoriza a exploração dos serviços postais atualmente oferecidos pelos Correios pela iniciativa privada, o deputado federal maranhense Bira do Pindaré (PSB) afirmou na tarde da quarta-feira (5) que o Projeto de Lei 591/21, enviado pelo Poder Executivo ao Congresso, é mais uma ‘covardia’ do atual ministro da Economia, Paulo Guedes.

Autor de um requerimento já aprovado para a realização de uma audiência pública que ampliará o debate em torno da proposta, Bira criticou a agenda neoliberal do ex-superministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e as recentes declarações do banqueiro.

“É muita incompetência do senhor Paulo Guedes, que aliás só sabe atacar filho de porteiro, filho de empregada doméstica. É um covarde. E por isso que traz estas pautas absurdas para esta Casa e para a agenda política do país”, disse Bira, referindo-se a mais uma fala preconceituosa de Guedes no último dia 30 de abril. “O que precisamos é discutir qual o impacto desta medida, não só para a economia, mas para a vida das pessoas”.

Prioridades em meio à pandemia

Ainda durante a audiência virtual da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, o parlamentar maranhense recordou a lucratividade e a capilaridade dos Correios, presente em mais de 5.000 dos municípios brasileiros, e argumentou que a proposta nada tem a ver com o momento vivido pelo Brasil e o necessário combate à pandemia da Covid-19.

“Não é o momento para este tipo de pauta”, afirmou. “Esta é uma decisão extremamente equivocada, uma decisão inoportuna e totalmente descabida para o momento presente e também para o futuro”, declarou.

Correios no Brasil e nos outros países

Apesar de reconhecer que o texto da proposta não cita diretamente o caminho da privatização da estatal, Bira apontou que todas as medidas contidas no texto do projeto são preparatórias para o repasse dos serviços à iniciativa privada.

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Ele também mencionou que até mesmo nos Estados Unidos, país-berço do pensamento neoliberal que guia o atual ministro, o governo mantém o serviço público, e disse estar preocupado sobre como a situação ficará nos municípios mais pobres, como no caso do Maranhão, seu estado natal.

“Eu entendo que os Correios são uma empresa estratégica para o país. Os 20 maiores países do mundo mantém suas empresas de correios e telégrafos públicas. Por que aqui no Brasil nós temos que vender tudo?”, questionou. “E depois de privatizar, quem é que vai cuidar desses pequenos municípios do Maranhão, que tem os piores Índices de Desenvolvimento Econômico do Brasil? Quem vai estar lá? Agências de Correios nos municípios menores?”, indagou em outro trecho de sua fala.