Pazuello
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, flagrado sem máscara em um Shopping de Manaus (AM) – (Foto: Reprodução)

“Ele vai sem máscara para o shopping e depois diz que não pode vir aqui?”. Foi com este questionamento que a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) resumiu a alegação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para não comparecer à sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investiga a suposta omissão do governo federal no combate à pandemia.

Na manhã desta terça-feira (4), em um comunicado enviado ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), Pazuello afirmou que não deve comparecer presencialmente ao seu depoimento marcado para esta quarta (5), no Senado, porque esteve em contato com pessoas com suspeita da doença.

Considerado um dos principais alvos de investigação da Comissão, a expectativa é que ele fosse questionado sobre a política de aquisição de vacinas, sobre o colapso de oxigênio em Manaus e sobre as políticas de comunicação do governo sobre isolamento social e uso de máscaras.

‘Covardia típica de genocidas’

A reação dentro e fora do Parlamento ao anúncio do ex-ministro foi imediata e o nome de Pazuello, assim como as hashtags #cagão, #frouxo e #arregaom atribuídas a ele, chegaram aos assuntos mais comentados do Twitter. O passeio pelo shopping, flagrado por fotógrafos caminhando despreocupado em Manaus (AM) no dia 25 de abril, inclusive, foi lembrado por diversos congressistas.

“Há uma semana Pazuello foi flagrado passeando em um shopping sem máscara. Hoje, o ex-ministro se negou a comparecer presencialmente na CPI da Pandemia alegando estar de quarentena. Covardia típica de genocidas!”, mencionou a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

‘O General fugiu’

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) resumiu em uma única frase a atitude do ex-ministro “O General fugiu!!!”, apontou, para logo emendar: “Pazuello arrumou uma desculpa para não ir prestar depoimento na CPI do Genocídio amanhã. Afirma que seus assessores estão com sintomas de Covid”.

‘Arregão?’

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apelou aos seguidores para chegar à melhor definição para o militar. “Pazuello anuncia que não deverá ir à CPI do Genocídio amanhã. A razão é inacreditável: teve “contato” com pessoas suspeitas de covid. É o mesmo que na semana passada desfilava sem máscara em shopping de Manaus. É um covarde, um fujão ou um arregão?”.

‘O que temem?’

Fazendo um paralelo com o chefe de Pazuello, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) questionou a real razão para o não comparecimento na Comissão. “Assim como Bolsonaro fugia dos debates, Pazuello foge da CPI da covid. O que temem?”, indagou.

A certeza do temor do Planalto sobre os rumos da investigação também foi um lembrete deixado pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ). “Pazuello avisou que não comparecerá ao Senado para depor na CPI da Covid porque suspeita que está contaminado pelo coronavírus. Ainda não sabemos se o ex-ministro já fez o teste. A única certeza que temos é que Pazuello e Bolsonaro estão morrendo de medo e querem fugir da CPI”, ressaltou o líder da Minoria na Câmara.

#Pazuello Medroso

Anônimos também não deixaram passar a tentativa do militar de se esquivar da Comissão. “

“Pazuello é tigrão no shopping e tchutchuca na cpi #PazuelloMedroso”, tuitou um.

https://twitter.com/fogonobozo/status/1389585681622708224?s=20