O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (14) uma queixa-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O delegado afirma que o ministro é suspeito de integrar “organização criminosa” e obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais.”
De acordo com Saraiva, o ministro Salles estaria tentando atrapalhar investigações sobre extração ilegal de madeira. O caso se refere à apreensão, no ano passado, de uma carga de 200 mil metros cúbicos de madeira, que seria fruto de extrações ilegais. O material está avaliado em R$ 130 milhões.
O delegado afirma que em vez de exercer o poder de polícia, para fiscalizar os eventuais madeireiros ilegais, o ministro se colocou do lado dos acusados, um deles com mais de 20 autos de infração por crime ambiental. Além disso, atuou como “verdadeiro advogado administrativo” indo até locais de extração e buscando provas para obter a inocência dos investigados.
“Mesmo amparado por farta investigação conduzida pela Polícia Federal – isto é, órgão de segurança pública vocacionada produzir investigações imparciais –, resolveu adotar posição totalmente oposta, qual seja, de apoiar os alvos, incluindo, dentre eles, pessoa jurídica com 20 (vinte) Autos de Infração Ambiental registrados, cujos valores das multas resultam em aproximadamente R$ 8.372.082,00”, descreve um trecho da peça enviada ao Supremo.
“Chegou ao ponto de pretender atuar como perito, querendo rastrear a madeira extraída, sem ao menos saber qual o modus operandi da organização criminosa. A atividade pericial não é simplória, como pretende transparecer o agente político”, completa o delegado.
A notícia-crime serve como um aviso para as autoridades de eventual ação criminosa em andamento, ou cometida. Cabe ao Supremo avaliar se determina ou não abertura de investigação sobre o caso.